A chuva cai,
e eu deslizo lentamente pelo mundo.
De um lado a outro,
tudo o que vejo é escuridão e água.
Meu mundo não tem fundo,
não vejo, sequer o céu,
tudo é escuro, tudo é véu.
As vezes vejo setas,
que me dizem pra onde ir.
Não as vejo com frequência,
mas as sigo, pois tenho que ir.
E o mundo que se acaba em água
a minha volta, me dizendo
- Deves voltar!
A escuridão que toma meu mundo
começa a tomar minha alma.
O peso do desconhecido amendronta-me,
mas é ainda pior quando a luz corta o céu.
O que ainda posso ver,
o que ainda emerge da escuridão,
desvanesce-se segundo após segundo.
A pesada e densa escuridão
apodera-se de minha alma.
Em meus resquícios de consciência,
clamo ao Universo que me permita estar acordado.
Mas é tarde, a direção muda, o rumo muda,
mas não há em mim a mudança,
não há em mim a freada.
A água que toma o mundo,
adentra meus olhos, minha boca.
A escuridão que rodeia o mundo,
cobre-me.
A estrada de minha vida,
está agora vermelha,
eu não existo em mais nada.
por Eduardo Diass.
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