quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Cacos

Palavras,
Facas,
Aço afiado.
Punhal que corta o coração.
Pra onde vão?
Não sei…
De onde vêm?
Da boca que não pensa
Geme,
Grita,
Berra.
Por onde passam,
Furacão.
Ah, e o que acontece as ouvidos,
Aos meus ouvidos que não eram acostumados aos gritos?
Se ensurdecem.
O peito se aperta.
Os olhos se embotam.
A cabeça gira,
O corpo sente
Os sentimentos sabotam.
O que resta depois das palavras?
Cacos.
Os meus, os seus, os nossos,
Que um dia foram dois,
Que um dia se tornaram um,
Que agora se misturam
E que jamais serão os mesmos.
Pisa de leve nessa sala
Toma cuidado com o que sobrou de mim:
Esses cacos, meus cacos,
Podem machucar
Tanto quanto as palavras.
As suas palavras.

por Dy Eiterer.

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